Visite-nos em https://www.facebook.com/leiturasmil.blogspot.pt |
Já anteriormente escrevi o quanto Jack London marcou a minha juventude (A Peste Escarlate). Recentemente, durante a leitura deste Martin Eden, dei por mim a colocar alguns dos livros deste autor de lado para uma releitura a médio prazo. Reencontrei nas páginas desta obra, que desde logo assumo não ser nenhuma obra maior da literatura, as características que me fazem apreciar a escrita simples, material ou terra a terra, por vezes até algo grosseira (no sentido de não polida). A narrativa deste romance, um dos mais carismáticos do autor (em parte por ser o mais marcadamente autobiográfico, mas também por tratar do impulso para a escrita e na perseverança em vencer no mundo viciado das Letras), não é particularmente sofisticada ou inovadora; mas, ainda que seja pessimista, contém aquela espécie de romantismo popular (aventureiro, destemido, resiliente) que me agrada em Jack London.
De uma forma sintética, Martin Eden retrata o crescimento intelectual (o esforço individual para se cultivar) e a luta de um escritor pela sobrevivência e pelo reconhecimento, bem como a sua desilusão com os valores e artifícios da sociedade e, por fim, com o próprio sucesso. Talvez o aspeto mais diretamente inspirador é a luta pela sobrevivência de Martin quando se decide a ser escritor, nomeadamente a sua perseverança perante as constantes rejeições e dificuldades. Já os debates intelectuais (rudimentarmente tratados) que pontuam o livro soam um pouco datados.
Ainda assim, é uma leitura interessante, leve - e, acima de tudo, convidativa.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu contributo. O seu comentário será publicado em breve.