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Embora este O Viajante do Século não seja nenhuma obra maior, é ainda assim um livro que se lê com muito agrado. Andrés Neuman revela-nos neste livro um bom contador de histórias; a sua escrita, por outro lado, é bastante fluída mas com uma certa graça (em certas passagens consegue ser quase poética - ou não estivesse a história também ligada à poesia e à tarefa / necessidade / dificuldade de traduzi-la para outra língua). A tradução de Vasco Gato é muito boa - e quase consigo imaginar o prazer do tradutor a traduzir as páginas que se desenrolam em torno da tradução...
A ação do livro passa-se na cidade imaginária (e de geografia incerta, instável) de Wandernburgo, algures na Alemanha. A este local chega Hans, um tradutor em trânsito que acaba por ficar - contra os seus planos iniciais - ao se relacionar com algumas figuras, como é o caso do tocador de realejo (há aqui, claramente, uma ligação ao ciclo de canções de Schubert, "A Viagem de Inverno", com poemas de Wilhelm Müller), o espanhol Álvaro e Sophie, por quem se apaixona.
É profundamente (e, ao que julgo, propositadamente) anacrónico este romance: os personagens, apesar de se moverem nas primeiras décadas século XIX, têm atitudes, modos de pensar, preocupações muito contemporâneas. Algumas das discussões (políticas, filosóficas, estéticas) ocorridas no salão de Sophie Gottlieb permitem duplas leituras, sendo que uma dela nos transporta para a atualidade (a reflexão, por exemplo, sobre a identidade da Europa - cultural, política, etc. - e a aparente falta de rumo).
A ação do livro passa-se na cidade imaginária (e de geografia incerta, instável) de Wandernburgo, algures na Alemanha. A este local chega Hans, um tradutor em trânsito que acaba por ficar - contra os seus planos iniciais - ao se relacionar com algumas figuras, como é o caso do tocador de realejo (há aqui, claramente, uma ligação ao ciclo de canções de Schubert, "A Viagem de Inverno", com poemas de Wilhelm Müller), o espanhol Álvaro e Sophie, por quem se apaixona.
É profundamente (e, ao que julgo, propositadamente) anacrónico este romance: os personagens, apesar de se moverem nas primeiras décadas século XIX, têm atitudes, modos de pensar, preocupações muito contemporâneas. Algumas das discussões (políticas, filosóficas, estéticas) ocorridas no salão de Sophie Gottlieb permitem duplas leituras, sendo que uma dela nos transporta para a atualidade (a reflexão, por exemplo, sobre a identidade da Europa - cultural, política, etc. - e a aparente falta de rumo).
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