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"A Festa do Chibo", de Mario Vargas Llosa, é seguramente um dos melhores livros que já li do autor. Este romance, muito bem construído e belissimamente escrito, foca-se na ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, regime que marcou a história da República Dominicana de 1930 a 1961. O modo como o escritor peruano ficciona a partir de uma realidade histórica agradou-me sobremaneira.
A história desenrola-se em torno de diferentes eixos narrativos: as memórias de Urania Cabral (filha de um político de destaque, caído em desgraça nos últimos tempos do regime), que revisita o país muitos anos depois de o abandonar; o assassinato do ditador (pelo olhar dos conspiradores que o organizaram) e a repressão que se lhe seguiu; a ação e pensamento de Trujillo (caracterizado como um homem inteligente, ardiloso, que se soube manter no poder à custa de violências várias e da imposição do medo).
Não será exatamente um livro político, embora também o seja. Neste romance, Llosa descreve magistralmente o exercício do poder e o servilismo dos acólitos do regime (até à abjeção, ao ponto de permitirem que o ditador se servisse sexualmente das mulheres), bem como o caráter assassino da repressão; de certo modo, pode dizer-se que o servilismo bem como a repressão, pesem embora todas as variações de grau e os particularismos, observam quase sempre as mesmas características. Uma das partes mais perturbadoras, ao ponto de causar repulsa, é a descrição das violências e das torturas.
Um livro excecional: eis como posso resumir esta obra. Para um futuro não muito distante reservo Conversa na Catedral.
A história desenrola-se em torno de diferentes eixos narrativos: as memórias de Urania Cabral (filha de um político de destaque, caído em desgraça nos últimos tempos do regime), que revisita o país muitos anos depois de o abandonar; o assassinato do ditador (pelo olhar dos conspiradores que o organizaram) e a repressão que se lhe seguiu; a ação e pensamento de Trujillo (caracterizado como um homem inteligente, ardiloso, que se soube manter no poder à custa de violências várias e da imposição do medo).
Não será exatamente um livro político, embora também o seja. Neste romance, Llosa descreve magistralmente o exercício do poder e o servilismo dos acólitos do regime (até à abjeção, ao ponto de permitirem que o ditador se servisse sexualmente das mulheres), bem como o caráter assassino da repressão; de certo modo, pode dizer-se que o servilismo bem como a repressão, pesem embora todas as variações de grau e os particularismos, observam quase sempre as mesmas características. Uma das partes mais perturbadoras, ao ponto de causar repulsa, é a descrição das violências e das torturas.
Um livro excecional: eis como posso resumir esta obra. Para um futuro não muito distante reservo Conversa na Catedral.
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