domingo, 14 de julho de 2013

"De minha máquina com teu corpo", de João Habitualmente

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Até há pouco tempo desconhecia a poesia de João Habitualmente (quanto mais conheço mais percebo a grandiosidade daquilo que desconheço - Sócrates, o filósofo, o terá dito de uma forma mais bela e simples). A leitura de "De minha máquina com teu corpo" despertou em mim uma imensa curiosidade de continuar a explorar a poesia deste autor.
Uma escrita simples (longe de ser defeito, é tantas vezes virtude - cft. simplicidade das peças de Erik Satie, visto que neste presente momento estou numa de conexões, mesmo que eventualmente desconexas), com interessantes jogos sonoros (presente nas rimas mas também nas onomatopeias), e - o que sobretudo me agradou - um humor muito próprio: o trocadilho anda sempre por perto (o poema "Aquecimento global", depois de uma enumeração catastrofista, encerra com os seguintes versos: «que a mim / nem me aquece nem me arrefece»).
Sem dúvida, um livro interessante, enriquecido pelo curioso trabalho gráfico - a obra é ilustrada pelos desenhos de Mário Vitória.

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