segunda-feira, 10 de junho de 2013

"O Príncipe", de Nicolau Maquiavel

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Gosto de ler os chamados "clássicos" (a sua leitura é muitas vezes essencial para compreender a literatura e a cultura que se manifestou após a sua publicação). "O Príncipe", de Maquiavel, escrito em inícios do século XVI, é, conjuntamente com outros títulos (destacaria "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdão, e "A Utopia", de Tomás Morus), um texto obrigatório do Renascimento.
Este é, seguramente, um texto complexo, passível de várias (e por vezes contraditórias) interpretações, mas há sempre que considerar o contexto (nomeadamente político, tendo em conta a realidade italiana, mas também cultural) em que foi escrito (pense-se, por exemplo, na defesa que o autor faz do uso da crueldade em certas situações, aspeto que tem que ser enquadrado no seu tempo). Nas suas páginas fala-se do exercício do poder pelo príncipe (como consolidar o seu poder e como o manter; como triunfar sobre os seus inimigos), apresentando diferentes modelos e suportando-se em exemplos da história clássica mas também da história sua contemporânea (considere-se, por exemplo, a admiração expressa pelo filho do papa Alexandre VI, César Bórgia, referido como modelo do governante astucioso, disposto a usar todos os meios ao seu alcance para triunfar). O governante, de acordo com esta obra de Maquiavel, deve comportar-se de uma forma inteligente na condução do Estado, colocando os interesses deste em cima dos próprios.
Quem o ler, numa perspetiva culta, contextualizada e não literal, encontrará certamente as razões que transformam esta obra num "clássico".

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