Visite-nos em https://www.facebook.com/leiturasmil.blogspot.pt |
"A Vida Eterna" é o livro de um pensador declaradamente ateu (Fernando Savater) sobre religião, morte, vida eterna. Esta leitura, de certa forma, vem na sequência de "Porque não sou cristão", de Bertrand Russell - livro, aliás, citado logo na primeira página da obra de Savater. Há que dizer que, apesar da proximidade temática (mesmo que o livro de Russell não tenha a unidade e a congruência estrutural deste, visto tratar-se de uma coletânea de artigos), são obras muito diferentes; no fim, tenho que assumir que me agradou bem mais a obra do autor espanhol (e não o digo pela sua maior atualidade, mas sobretudo pela inteligência argumentativa).
Sendo o primeiro livro que leio da autoria de Savater, gostei bastante da sua clareza expositiva, mas também de alguns apontamentos humorísticos que pontuam o texto. É um livro muito bem escrito, suportado em várias obras recentes, que - longe de ser uma apologia do ateísmo - desconstrói algumas falácias tantas vezes repetidas pelos porta-vozes do campo religioso. Questiona o conceito de "verdade", para o distanciar dos de "crença" e de "fé"; reflete sobre a relação de Deus com o Homem (uma relação sem paridade, unilateral, mas sobretudo interpretativa); mostra o caráter totalitário do Cristianismo (que se autodenomina - como aliás outras religiões - detentora da verdade absoluta, e defensora da verdadeira moral), mas também o perigo da religião conduzir a política e a sociedade (o difícil convívio com a liberdade de pensamento e de consciência, e com as distintas noções de moralidade); defende o tipo de papel que a religião dever ter (uma opção individual de cada pessoa e não mais do que isso) nas sociedade modernas, democráticas; reflete sobre o significado da morte, pondo em perspetiva a interpretação cristã.
Seguramente uma leitura de grande interesse, com a vantagem de não se lançar em obscuras e abstratas deambulações metafísicas.
Sendo o primeiro livro que leio da autoria de Savater, gostei bastante da sua clareza expositiva, mas também de alguns apontamentos humorísticos que pontuam o texto. É um livro muito bem escrito, suportado em várias obras recentes, que - longe de ser uma apologia do ateísmo - desconstrói algumas falácias tantas vezes repetidas pelos porta-vozes do campo religioso. Questiona o conceito de "verdade", para o distanciar dos de "crença" e de "fé"; reflete sobre a relação de Deus com o Homem (uma relação sem paridade, unilateral, mas sobretudo interpretativa); mostra o caráter totalitário do Cristianismo (que se autodenomina - como aliás outras religiões - detentora da verdade absoluta, e defensora da verdadeira moral), mas também o perigo da religião conduzir a política e a sociedade (o difícil convívio com a liberdade de pensamento e de consciência, e com as distintas noções de moralidade); defende o tipo de papel que a religião dever ter (uma opção individual de cada pessoa e não mais do que isso) nas sociedade modernas, democráticas; reflete sobre o significado da morte, pondo em perspetiva a interpretação cristã.
Seguramente uma leitura de grande interesse, com a vantagem de não se lançar em obscuras e abstratas deambulações metafísicas.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu contributo. O seu comentário será publicado em breve.