sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"Só", de António Nobre

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O meu primeiro contacto com António Nobre foi nos bancos da escola; na altura, já algo desperto para a poesia, não fiquei propriamente rendido, mas encontrei alguns pontos de interesse. Uns poucos anos mais tarde, nos inícios dos meus vintes, comprei uma edição de bolso de e fiz uma leitura mais estruturada.
Julgo que a minha impressão nessa primeira leitura de coincide em larga medida com a minha atual impressão: ainda que a poesia de António Nobre esteja, aqui e além, salpicada por laivos (ténues) de modernidade de finais de Oitocentos (o tédio, o spleen - presentes, de uma forma tão diferente, por exemplo na poesia de Baudelaire, falecido no ano de nascimento de Nobre), e apesar da graça que tem a sua muito fluída e coloquial linguagem (consigo encontrar neste aspeto alguma ligação a Cesário Verde), causa-me um certo enfado a persistência na piedade religiosa tradicional e no pendor tradicionalista e de cariz popular. De facto, não consigo achar interessante o pendor ultrarromântico da poesia de António Nobre - o seu excesso de "lua", o tom nostálgico, mas também de pieguice narcisica, de diminutivos...

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