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(o último livro que me emprestaste, pai)
Nos últimos anos tem vindo a ser publicada a obra do norueguês - laureado com o Prémio Nobel da Literatura - Knut Hamsun. A crítica, de um modo geral, tem sido favoravelmente unânime na redescoberta de tal autor; a esse consenso, apesar de apenas ter agora entrado na obra deste autor, posso agora juntar a minha insignificante voz.
Mistérios, um livro bastante inquietante e desconcertante, centra-se na figura de Johan Nagel, cuja excentricidade é logo exposta pelo narrador na primeira página. Tendo desembarcado aparentemente sem nenhuma especial motivação numa pequena povoação, rapidamente a sua conduta será notada pela sociedade local. Em traços largos pode dizer-se que Nagel é um personagem estranho, ambíguo, eventualmente incoerente, ora sendo falso, ardiloso, dissimulado, cínico, ora tendo arrebatamentos da mais visceral - e talvez reprovável - honestidade (junto de Dagny expõe sem pudor a sua malícia e dissimulação, procurando intencionalmente choca-la com as suas mentiras e perfídias - sem, contudo, procurar justificar as suas ações).
A exploração do universo psicológico do protagonista é, a meu ver, um dos pontos fortes desta obra. O autor expõe de forma exímia as contradições, as angústias e os instintos mais sombrios do Homem, e simultaneamente debruça-se sobre os contornos da sociabilidade burguesa de finais do século XIX.
Futuramente procurarei ler Fome, considerada a obra maior de Hamsun.
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