sábado, 31 de maio de 2014

"Gente Pobre", de Fedor Dostoievski

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Gente Pobre, longe de ser a melhor de Dostoievski, é uma obra muitíssimo boa - julgo que posso dizer que a sua leitura constituiu uma (semi) surpresa (escrevi semi, pois, até à data, não li uma única obra do autor que fosse desprovida de interesse).
Publicado quando Dostoievski contava com 25 anos (trata-se do seu livro de estreia), é já possível reconhecer neste romance epistolar (o leitor acompanha a correspondência entre um funcionário de meia idade e uma jovem costureira e, através das suas palavras, entra pelos percursos de vida de cada um, seus sentimentos, suas dificuldades) uma das características fundamentais da sua escrita: a sua profundidade psicológica. É certo que Gente Pobre trata precisamente de "gente pobre" - ou, posto de outra forma, das condições de vida dos estratos inferiores da população urbana russa de meados do século XIX -, o que lhe valeu o apodo de "romance social".
Um aspeto que achei bastante curioso é a citação de "O Capote", de Gogol - uma pérola da literatura russa que muito em breve relerei. Numa carta enviada a Varvara Alekséevna, Makar Dévechkin refere-se incomodado com esta história, por achar (despudoradamente) nela refletidos alguns aspetos da sua própria vida de pequeno funcionário...

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