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Umberto Eco é uma personalidade que admiro - como medievalista, como pensador, como escritor. Por isso, é sempre com alguma curiosidade que recebo a notícia de uma nova publicação sua. Quando este Número Zero foi editado em Portugal, tomei nota para posterior leitura; eis que, em virtude de um empréstimo, pude finalmente lê-lo .
À partida posso dizer que genericamente me agradou, apesar de estar longe das suas obras melhores (e de maior fôlego e alcance intelectual). De certo modo, achei que Número Zero segue um pouco a obsessão de Eco pelo problema da verdade, das manipulações (seleções, omissões, interpretações pouco inocentes, etc.) da realidade, da criação de confabulações, teorias da conspiração, mitomanias. Considerando os livros que li e o que conheço da obra do autor, este romance tem muitos pontos de contacto com O Pêndulo de Foucault, obra que me fascinou imenso (e que, com Eco o notou, quase antecipou a moda desse subgénero do policial de inícios deste século - os códigos disto e daquilo, os manuscritos qualquer coisa, etc., ricos em misturar histrionicamente a confabulação com um frágil e deturpado conhecimento histórico para assim alcançar elevadas vendas). Tal como esse romance, Número Zero parece dizer-nos que por mais estulta que seja uma ideia ou toda uma teoria, há sempre quem estultamente (isto é, sem qualquer espirito crítico) se renda. O personagem Braggadocio talvez tenha sido vítima da sua teoria - nada nos garante, realmente, se assim aconteceu; mas, afinal, não o serão todos os crédulos?
À partida posso dizer que genericamente me agradou, apesar de estar longe das suas obras melhores (e de maior fôlego e alcance intelectual). De certo modo, achei que Número Zero segue um pouco a obsessão de Eco pelo problema da verdade, das manipulações (seleções, omissões, interpretações pouco inocentes, etc.) da realidade, da criação de confabulações, teorias da conspiração, mitomanias. Considerando os livros que li e o que conheço da obra do autor, este romance tem muitos pontos de contacto com O Pêndulo de Foucault, obra que me fascinou imenso (e que, com Eco o notou, quase antecipou a moda desse subgénero do policial de inícios deste século - os códigos disto e daquilo, os manuscritos qualquer coisa, etc., ricos em misturar histrionicamente a confabulação com um frágil e deturpado conhecimento histórico para assim alcançar elevadas vendas). Tal como esse romance, Número Zero parece dizer-nos que por mais estulta que seja uma ideia ou toda uma teoria, há sempre quem estultamente (isto é, sem qualquer espirito crítico) se renda. O personagem Braggadocio talvez tenha sido vítima da sua teoria - nada nos garante, realmente, se assim aconteceu; mas, afinal, não o serão todos os crédulos?
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