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Assumidamente intelectual, esta obra é, a meu ver, caracterizada pela desconstrução: o autor recorre em permanência à reflexão sobre a literatura (tradição/cânone versus rutura/experimentação);. Aparentemente para Vila-Matas escrever é uma forma de homenagem às Letras; por tal razão não me parece despicienda ou pedante a constante citação às suas referências culturais (onde se incluem os portugueses Pessoa, Lobo Antunes e Herberto Helder) - Joyce, autor do literariamente radical (e por isso mesmo possivelmente intraduzível) Finnegans Wake, é apontado como ícone do extremo arrojo (em contraste com os escritores mais preocupados com "contar uma boa história").
Vila-Matas tem, de facto, sido um autor valioso no meu percurso como leitor, especialmente por me incentivar à descoberta de outros escritores "cultos"; o seu "estilo" - a sua forma de escrever - meditativa e inteligente, que funde o romanesco com o ensaístico agrada-me bastante. Não tendo este Chet Baker pensa na sua arte sido dos melhores livros que li do autor, ainda assim achei-o extremamente estimulante, desafiante, mas também (de uma forma superior e subtil) divertido.
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