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Quando li História Secreta de um Romance (texto de caráter ensaístico que desvenda o que está por trás da construção de uma romance), apontei na minha listagem de leituras próximas este A Casa Verde, de Mario Vargas Llosa, livro que muitos colocam entre os mais carismáticos do autor.
Não será, eventualmente, dos seus livros mais fáceis, na medida em que Llosa entrecruza o percurso de vários personagens (Lituma, D. Anselmo, Fushía, etc.), vários locais (Piura, Santa Maria de Nieva, Amazónia) e vários tempos (dos anos vinte aos anos sessenta do século passado). Mas, apesar de poder ser um pouco mais complexo do que outras obras do mesmo autor, A Casa Verde não é propriamente um livro difícil. É, sobretudo, um livro muito bem escrito, com todo o humanismo que é característico do autor e com o extra de nos transportar em muitos momentos e de variadas maneiras para o mundo simultaneamente belo, perturbador, fascinante e misterioso da floresta Amazónia (também tratado, ainda que de um modo mais humorístico, em Pantaleão e as Visitadoras).
Pessoalmente, cada vez mais procuro livros que tenham literatura, e que não sejam mero passatempo fácil e ligeiro; a meu ver, Llosa consegue conjugar os dois aspetos de forma exemplar: por uma lado, não deixa de abordar temas populares, verdadeiramente universais, ou mesmo de entrar em exercícios de humor; mas, por outro lado, consegue ser original e muito consistente e inteligente no modo como narra ou monta os seus enredos. Feita esta declaração de intenções, findo.
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