segunda-feira, 1 de setembro de 2014

"A Sentinela", de Richard Zimler

Desta vez, aconteceu-me ler dois policiais de seguida: depois de O Cego de Sevilha, de Robert Wilson, li a última obra de Richard Zimler, A Sentinela, livro que, ao requisitar um outro na biblioteca pública, vi no escaparate dos destaques e decidi (sem grande convicção) levar para casa. A referência que tenho deste autor americano radicado em Portugal provem da leitura de outros dois livros: O Último Cabalista de Lisboa (livro que apreciei) e Os Anagramas de Varsóvia (na altura achei este livro muito parecido com o anterior).
Após a leitura de três livros, julgo poder afirmar que a escrita de Zimler, escorreita e leve, contribui para tornar agradável a leitura. Porém, no que se reporta à história propriamente dita, bem como ao modo de a narrar, nem sempre me parece que Zimler ultrapasse a mediania. Isto é: a meu ver o autor escreve bem, mas nem sempre aquilo que escreve resulta num livro memorável.
Em A Sentinela, o leitor acompanha a investigação, conduzida pelo inspetor da Polícia Judiciária de Lisboa Henrique Monroe, referente ao homicídio de um elemento da elite económica e social do país. A parte policial do romance é, na minha opinião, um pouco pobre, não gerando o suspense de outras obras do mesmo género literário (quando se conhece já o assassino e os seus motivos, Zimler tenta agitar as águas apontando conspirativamente para o pináculo sombrio e corrupto do poder, sem que tal resulte grandemente...); apesar de tudo, achei um pouco mais interessante a maneira como o autor retrata o passado de Monroe (e do seu irmão) e a forma como esse passado definiu a sua identidade.
Provavelmente não será, ao contrário dos outros dois livros citados do autor, objeto de releitura no futuro.

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