sábado, 13 de setembro de 2014

"O Duplo", de Fedor Dostoievski

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A leitura deste livro, O Duplo, obra segue-se à recente tentativa (falhada, aliás) de ver o filme nele inspirado recentemente exibido nos cinemas (um aspeto curioso, julgo eu, é quase simultaneidade do aparecimento da versão cinematográfica do romance O Homem Duplicado, de José Saramago, romance que, de certo modo, trata o mesmo tema).
Dostoievski é, inegavelmente, um dos meus romancistas de culto. Sintomaticamente, neste ano e meio de blogue já li e/ou reli uma mão cheia de obras deste autor; a verdade é que sinto com alguma frequência a necessidade de regressar a elas.
Este livro retrata o aparecimento na vida do funcionário Goliádkin de um duplo, isto é, de uma sósia completamente igual a si, até no nome e nas origens. Tal facto, desconcerta bastante o protagonista, apesar de, estranhamente, não afetar os outros do mesmo modo. À medida que o seu duplo lhe vai usurpando a identidade, cresce em Goliádkin a convicção de uma maquinação contra si.
Dostoievski, neste que foi o seu segundo livro, publicado em 1846 logo após Gente Pobre, descreve de forma magistral o mundo altamente hierarquizado e burocratizado do funcionarismo; o autor é igualmente exímio a retratar os tiques psicológicos do protagonista, a sua angústia, desorganização e até mesmo paranoia. Mesmo não sendo uma das suas obras maiores, já se consegue vislumbrar em O Duplo algumas das características da fase mais madura do autor.

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