quinta-feira, 16 de junho de 2016

"O Cruzeiro do Snark", de Jack London


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Recordo-me bem das prazerosas horas que passei, há já uns bons anos atrás, lendo este O Cruzeiro do Snark. Não se trata, como talvez nenhuma das obras de London, de um livro fundamental, brilhantemente escrito, ou tremendamente original; trata-se sim de um livro de viagens, o que há partida aponta para uma escrita mais escorreita, simples, e para um leitura mais descontraída.
O Cruzeiro do Snark, escrito ao longo da viagem, desdobra-se em capítulos que relatam as experências vividas nos vários locais visitados (Havai, Ilhas Marquesas, Ilhas Salomão, etc.), e noutros centrados em assuntos ora mais abrangentes, ora mais específicos (as cartas recebidas pelo autor de seguidores seus oferecendo-se para a tripulação; o "inglês" usado para falar com as populações do Pacífico, etc.).
Entusiasmado pela aventura de viajar pelos mares, London lançou-se na construção de um veleiro; porém, ainda que tivesse procurado muni-lo de matérias-primas e equipamento de qualidade, acabou por iniciar a viagem, após vários adiamentos, com um navio defeituoso. Por outro lado, se inicialmente previa fazer uma volta ao mundo ao longo de vários anos, viu as suas expetativas goradas quando se multiplicaram os problemas de saúde dos tripulantes - a viagem teve, pois, um um final antecipado...
Se bem que em certos aspetos este livro se mostre antiquado (sobretudo quando London entra em reflexões sobre doenças, à data pouco compreendidas), este livro tem um inegável mérito documental, ao dar-nos um relato de certas zonas do Pacífico ainda relativamente preservadas da aculturação ou do turismo. Pessoalmente achei interessante ainda o piscar de olho à obra de Melville (num momento em que me encontro a ler Moby Dick), que também se debruçou sobre o mesmo espaço geográfico em algumas das suas obras...

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