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Apesar de não ter ficado deslumbrado com a escrita de João Tordo após a leitura de O Bom Inverno, propus-me regressar ao autor. O regresso fez-se com O Luto de Elias Gro, obra que procura estar menos presa à intriga (que, aliás, não é muito elaborada) e, antes, deambular sobretudo pela interioridade do narrador.
Nesta obra, João Tordo lança-se na exploração da dor da perda e da separação, recorrendo a alguns lugares comuns do género - a fuga, o isolamento, a procura de alienação pelo álcool, a desistência, mas também a redenção. Não sou, de resto, contra os lugares comuns: há lugares comuns que podem ser (e muitas vezes são) revisitados com originalidade ou até com genialidade; julgo, porém, que o autor não foi tão longe.
Reconheço que a escrita de Tordo tem algum interesse, mas não posso dizer que este seu livro - apesar de não me ter desagrado - me tenha deslumbrado; julgo que é um livro mediano, que se lê bem, mas com alguns pontos que não me agradaram tanto (o modo como são exploradas as histórias do escritor e do antigo faroleiro, por exemplo, é relativamente pobre e muito pouco estimulante - julgo que o autor prendeu conseguir alguma densidade psicológica através de tais histórias, mas para mim terá falhado nesse aspeto).
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