quinta-feira, 7 de abril de 2016

"Letra Aberta", de Herberto Helder

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Já mais do que uma vez expressei a minha admiração pela obra de Herberto Helder, pelo que é sempre com curiosidade que abordo os seus livros. A sua obra édita encerra-se com Poemas Canhotos, livro que, apesar de ter sido publicado depois da sua morte, o autor deixara preparado para publicação; portanto, este Letra Aberta é apenas o início da exploração (e comércio, não vamos ignorar por um qualquer pudor essa faceta) do seu espólio inédito (pode ler-se na contracapa: «Esta não é a edição crítica que a obra inédita de Herberto Helder merece e que certamente virá a lume no futuro, agora que o seu espólio está a ser integralmente digitalizado. Trata-se apenas de uma escolha realizada pela viúva do poeta para assinalar o 1º aniversário da sua morte.»)...
Os trinta e poucos poemas que constituem este volume resultam de uma escolha da viúva do poeta, claramente feita sobre o corpus mais recente. Assim, não se estranha a similitude temática e estética com os últimos livros - em especial, com A Morte sem Mestre e Poemas Canhotos; julgo mesmo que terá sido esse o critério da reunião destes poemas (ainda que nenhum esclarecimento exista para além da nota citada).  A presente edição inclui o fac-símile dos manuscritos de alguns poemas e uns poucos poemas de interesse - fica em aberta a questão de saber se o autor os considerava fechados e dignos para publicação.

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