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Jerusalém é o terceiro romance da tetralogia "O Reino", de Gonçalo M. Tavares, seguindo-se a Um Homem: Klaus Klump e A máquina de Joseph Walser. Se o primeiro romance é, apesar de interessante, algo limitado no que tem para oferecer; se o segundo cresce em conteúdo, apesar de talvez algo esquemática na forma; este Jerusalém revela-nos uma história romanescamente mais perfeita - talvez mesmo mais madura.
A narrativa (com toques marcadamente expressionistas) desenrola-se em torno de uma meia dúzia de personagens - dos quais fazem parte dois esquizofrénicos, um psiquiatra, um perturbado ex-militar (há aqui uma referência à guerra tratada nos anteriores romances), uma prostituta -, cujas vidas (passada e presente) se encontram enredadas - de uma forma muito inteligente, devo acrescentar. Nesta obra (como nos outros livros da tetralogia, ainda que de modos distintos) está presente, de uma forma latente, algo de perturbante - algo que toca (sem se confundir) a doença, a loucura, o medo, a violência, a maldade, o Horror (este último aspeto, aliás, é objeto de interesse do Dr. Theodor Busbeck, que lhe dedica uma estranha - porque algo transcendente - investigação). Tal ambiente fez-me lembrar, devo acrescentar, o filme de Michael Haneke "O Laço Branco".
De facto, um livro muito bom, que - apesar de esta ter sido a minha terceira leitura - ainda me conseguiu surpreender. Gonçalo M. Tavares revela neste romance a sua grande capacidade narrativa, a juntar à forma original (forte, categórica, mas simultaneamente problematizadora) como joga com as ideias (mesmo as mais simples e banais) e à sua elegância estilística.
A narrativa (com toques marcadamente expressionistas) desenrola-se em torno de uma meia dúzia de personagens - dos quais fazem parte dois esquizofrénicos, um psiquiatra, um perturbado ex-militar (há aqui uma referência à guerra tratada nos anteriores romances), uma prostituta -, cujas vidas (passada e presente) se encontram enredadas - de uma forma muito inteligente, devo acrescentar. Nesta obra (como nos outros livros da tetralogia, ainda que de modos distintos) está presente, de uma forma latente, algo de perturbante - algo que toca (sem se confundir) a doença, a loucura, o medo, a violência, a maldade, o Horror (este último aspeto, aliás, é objeto de interesse do Dr. Theodor Busbeck, que lhe dedica uma estranha - porque algo transcendente - investigação). Tal ambiente fez-me lembrar, devo acrescentar, o filme de Michael Haneke "O Laço Branco".
De facto, um livro muito bom, que - apesar de esta ter sido a minha terceira leitura - ainda me conseguiu surpreender. Gonçalo M. Tavares revela neste romance a sua grande capacidade narrativa, a juntar à forma original (forte, categórica, mas simultaneamente problematizadora) como joga com as ideias (mesmo as mais simples e banais) e à sua elegância estilística.
Do Gonçalo M Tavares foi o livro que mais gostei. Excelente.
ResponderEliminarÉ um autor que vou seguindo, dentro do possível. Este é, de facto, um dos meus favoritos, mas gostei bastante de "Uma Viagem à Índia", que talvez releia em breve.
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