domingo, 6 de abril de 2014

"A Misericórdia dos Mercados", de Luís Filipe Castro Mendes

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Para começar, direi que me parece excelente o título do mais recente livro do poeta Luís Filipe Castro Mendes: A Misericórdia dos Mercados. A situação do nosso país (a tal crise que por vezes quase parece atingir proporções existencialmente épicas) é, pois, um dos "assuntos" identificáveis em nesta obra. «Nós vivemos da misericórdia dos mercados. / Não fazemos falta. / O capital regula-se a si próprio e as leis / são meras consequências lógicas dessa regulação, / tão sublime que alguns vêem nela o dedo de Deus. / Enganam-se. / Os marcados são simultaneamente o criador e a própria criação. / Nós é que não fazemos falta.», pode ler-se no poema que dá nome ao livro. Um outro poema, de forma sintomática, intitula-se: "Para quê poetas em tempo de indigência?".
Mas desengane-se quem pense que esta é uma obra que se encerra numa abordagem sociopolítica da realidade conjuntural. Castro Mendes debruça-se sobre muitos temas, entre os quais o seu regresso à poesia, revelando a meu ver um grande cuidado com a palavra.
Em suma, e fugindo a mais considerações vagamente bacocas: um livro que li em poucos dias e que me agradou bastante.

1 comentário:

  1. Alguns poemas deste livro podem ser lidos em www.poemapossivel.blogspot.pt.

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