terça-feira, 17 de maio de 2016

"Contos", de Thomas Mann

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Contrariamente ao belíssimo (e terminado há semanas) A Montanha Mágica, que considerei verdadeiramente monumental, os contos de Mann não me encantaram. Também não direi que me desiludiram: afinal, neles é percetível a elegância da escrita do autor alemão, mas, no geral, julgo que lhes falta a profundidade filosófica da obra anteriormente lida, ou alguma intensidade literária exterior à narrativa.
Segue-se, como próxima paragem dentro do universo manniano, A Morte em Veneza.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

"Herzog", de Saul Bellow

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Havendo lido há pouco menos de um ano As Aventuras de Augie March, de Saul Bellow, havia-me proposto ler Herzog. Em boa hora o fiz, porque deparei-me com um livro muito bom, que me agradou tanto quanto os melhores livros de Roth.
Herzog retrata uma vida em desagregação: o personagem central do livro (e narrador), um professor universitário num momento de estagnação profissional e no rescaldo do seu segundo casamento falhado, encontra-se a viver uma depressão; o seu comportamento torna-se algo excêntrico, inconstante, o que o faz duvidar da sua saúde mental. Involuntariamente, faz "rabiscos" - começa, pois, num esforço de autoanálise, a escrever cartas de tom confessional dirigidas a todos e a ninguém.
Nesta obra gostei sobretudo da forma, isto é, da maneira como Bellow consegue transportar-nos ao interior da cabeça de Moisés Herzog, mostrando a sucessão de ideias, perspetivas, incertezas. Por outro lado, é um livro intelectualmente rico (abundam as referências culturais, filosóficas, literárias, etc.), sendo, portanto, mais subtil que As Aventuras de Augie March.

sábado, 7 de maio de 2016

"A Febre do Ouro", de Jack London

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De quando em quando sabe bem (especialmente quando se vivem tempos não tão convidativos para leituras mais densas) ler um livro de aventuras (a par, é certo, de outras obras). Sim, porque este livro de Jack London, que agora reli ao fim de muitos anos, não será muito mais do que isso: nas suas páginas, London relata-nos um conjunto de episódios (mais ou menos independentes) vividos por dois amigos, Smoke e Shorty, na sua busca de fortuna pelo Klondike, focando-se na luta pela sobrevivência em condições adversas (o frio intenso, a fome, a exaustão) e na perseverança e determinação dos protagonistas.
Literariamente, A Febre do Ouro é uma obra muito simples, talvez até mesmo algo pobre; encontro na escrita de London uma certa rudeza, superficialidade ou imperfeição que a aproxima dos esforços de do personagem de Martin Eden. Como é usual nas obras deste autor americano, a ação - rápida, sem rodeios, considerações ou desvios - predomina e os diálogos são igualmente diretos. Talvez ainda este ano releia Lobo do Mar (e, aproveitando o ensejo, reveja o filme de Michael Curtiz).