domingo, 24 de maio de 2015

"Martin Eden", de Jack London

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Já anteriormente escrevi o quanto Jack London marcou a minha juventude (A Peste Escarlate). Recentemente, durante a leitura deste Martin Eden, dei por mim a colocar alguns dos livros deste autor de lado para uma releitura a médio prazo. Reencontrei nas páginas desta obra, que desde logo assumo não ser nenhuma obra maior da literatura, as características que me fazem apreciar a escrita simples, material ou terra a terra, por vezes até algo grosseira (no sentido de não polida). A narrativa deste romance, um dos mais carismáticos do autor (em parte por ser o mais marcadamente autobiográfico, mas também por tratar do impulso para a escrita e na perseverança em vencer no mundo viciado das Letras), não é particularmente sofisticada ou inovadora; mas, ainda que seja pessimista, contém aquela espécie de romantismo popular (aventureiro, destemido, resiliente) que me agrada em Jack London.
De uma forma sintética, Martin Eden retrata o crescimento intelectual (o esforço individual para se cultivar) e a luta de um escritor pela sobrevivência e pelo reconhecimento, bem como a sua desilusão com os valores e artifícios da sociedade e, por fim, com o próprio sucesso. Talvez o aspeto mais diretamente inspirador é a luta pela sobrevivência de Martin quando se decide a ser escritor, nomeadamente a sua perseverança perante as constantes rejeições e dificuldades. Já os debates intelectuais (rudimentarmente tratados) que pontuam o livro soam um pouco datados.
Ainda assim, é uma leitura interessante, leve - e, acima de tudo, convidativa.

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